A hipertensão arterial é uma condição prevalente entre a população negra no Brasil, influenciada por uma combinação de fatores fisiológicos, genéticos e socioeconômicos. Estudos mostram que essa população apresenta uma maior prevalência de hipertensão resistente e um perfil hiporreninêmico, o que exige abordagens terapêuticas diferenciadas.
Fatores que Influenciam a Hipertensão na População Negra
A maior prevalência de hipertensão entre negros está associada a diversos fatores, incluindo:
Genética e fisiologia: Maior retenção de sódio e um sistema renina-angiotensina-aldosterona menos responsivo.
Desigualdade social: Dificuldade de acesso a serviços de saúde e tratamentos adequados.
Fatores culturais e ambientais: Estresse crônico, dieta rica em sal e menor adesão ao tratamento.
Escolha do Tratamento Anti-hipertensivo
As diretrizes recomendam o uso de bloqueadores de canal de cálcio e diuréticos como primeira linha de tratamento para hipertensos negros. Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) podem ser evitados devido ao risco ligeramente aumentado de angioedema nessa população.
O estudo CREOLE comparou diferentes esquemas terapêuticos para hipertensão em populações negras e confirmou que o anlodipino promove uma redução significativa da pressão arterial em comparação com os IECA e tiazídicos.
Resultados do Estudo CREOLE
O estudo CREOLE avaliou 3 esquemas terapêuticos em pacientes hipertensos negros (BCC + iECA x BCC + tiazídico x iECA + tiazídico). Os principais achados foram:
Superioridade do BCC: Resultou em uma redução mais significativa da pressão arterial em comparação com o iECA e tiazídico
Eficácia mantida a longo prazo: Após seis meses, o anlodipino em combinação com perindopril ou hidroclorotizadida continuou demonstrando resultados sustentados de controle pressório.
Conclusão
A hipertensão arterial na população negra requer uma abordagem terapêutica específica, considerando fatores genéticos e socioeconômicos. O anlodipino, como bloqueador de canal de cálcio, se apresenta como a melhor opção para esse grupo, proporcionando maior redução pressórica e melhor segurança a longo prazo. A individualização do tratamento e a melhoria no acesso aos serviços de saúde são essenciais para otimizar os desfechos cardiovasculares nesta população.
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