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Foto do escritorBruno Ferraz

Highlights AHA 2016: Estudo PIONEER-AF-PCI - Novas opções ao tratamento da fibrilação atrial em doen


No congresso do AHA 2016 foi apresentado o estudo PIONEER-AF-PCI que avaliou opções terapêuticas ao doente portador de fibrilação atrial (FA) submetido à intervenção coronariana. Com relação a esse estudo, podemos afirmar, EXCETO:

A) O estudo PIONEER-AF-PCI estudou 3 opções terapêuticas nesses doentes: (1) AAS, clopidogrel e varfarina; (2) Rivaroxabana 15mg (1x/dia) e clopidogrel; (3) Rivaroxabana 2,5mg (12/12h), AAS e clopidogrel.

B) Cerca de 10% dos doentes com FA vão apresentar evento coronariano com necessidade de angioplastia

C) Houve redução significativa na taxa de sangramento tanto no grupo Rivaroxabana 15mg/dia e clopidogrel como no grupo Rivaroxabana 5mg/dia, AAS e clopidogrel em relação ao grupo da varfarina independente do critério de classificação de sangramento

D) Houve redução significativa nos desfechos de eficácia (morte cardiovascular, IAM ou AVC) no grupo Rivaroxabana 15mg/dia e clopidogrel como no grupo Rivaroxabana 5mg/dia, AAS e clopidogrel em relação ao grupo da varfarina

E) Todas as alternativas estão corretas

 

RESPOSTA:

A fibrilação atrial (FA) tem prevalência crescente e a grande maioria dos pacientes necessitam de tratamento anticoagulante por longo prazo. Contudo, cerca de 10% dos doentes com FA vão apresentar evento coronariano com necessidade de angioplastia. Nesse contexto, o uso dos novos anticoagulantes ainda é nebuloso.

O estudo PIONEER-AF-PCI estudou 3 opções terapêuticas nesses doentes: (1) AAS, clopidogrel e varfarina; (2) Rivaroxabana 15mg (1x/dia) e clopidogrel; (3) Rivaroxabana 2,5mg (12/12h), AAS e clopidogrel. As duas opções à terapia com varfarina surgiram de experiências prévias com o estudo WOEST (onde a retirada do AAS reduziu as taxas de sangramento mantendo os benefícios do uso do clopidogrel) e do estudo ATLAS (onde doses baixas de anticoagulantes se associaram a uma melhora dos desfechos cardiovasculares porém com aumento da taxa de sangramento).

O estudo incluiu 2124 doentes, maioria homens (75%), idade média 70 anos. Quase metade dos doentes eram portadores de DAC estável e a minoria IAMCSST (12%). 66% dos doentes receberam stents farmacológicos. No grupo varfarina, a taxa de INR dentro da faixa terapêutica foi alta (65%).

Houve redução significativa na taxa de sangramento tanto no grupo 2 e 3 em relação ao grupo da varfarina independente do critério de classificação de sangramento. Quanto aos desfechos de eficácia (morte cardiovascular, IAM ou AVC), não houve diferença entre os grupos tanto no desfecho composto como nas metas secundárias, inclusive nas análises de subgrupo.

Com isso, as opções Clopidogrel e Rivaroxabana 15mg ou AAS, clopidogrel e rivaroxabana 2,5mg (12/12h) parecem ser opções seguras ao tratamento da fibrilação atrial no contexto de intervenção coronariana.

Com isso, o item incorreto é o D:

Houve redução significativa nos desfechos de eficácia (morte cardiovascular, IAM ou AVC) no grupo Rivaroxabana 15mg/dia e clopidogrel como no grupo Rivaroxabana 5mg/dia, AAS e clopidogrel em relação ao grupo da varfarina


Comentário por


BRUNO FERRAZ DE OLIVEIRA GOMES

Médico rotina do Unidade Cardiointensiva do Hospital Barra D'Or

Ecocardiografista do Hospital Barra D'Or

Diretor Administrativo do Departamento de Doença Coronária da SOCERJ

Intensivista no Hospital Federal Cardoso Fontes

Mestrando em Engenharia Biomédica na COPPE/UFRJ

Título de especialista em cardiologia e terapia intensiva

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