Conduta na taquiarritmia de QRS largo: usando os critérios de Brugada
- Bruno Ferraz
- 10 de dez. de 2016
- 1 min de leitura
Paciente de 62 anos, homem, portador de miocardiopatia isquêmica em CF II NYHA, chega à emergência após quadro súbito de palpitação e lipotimia. Negava dor torácica ou outros sintomas. Realizou o ECG (figura). Qual o diagnóstico?

A) Fibrilação Atrial
B) Taquicardia Ventricular Monomórfica
C) Taquicardia Ventricular Polimórfica
D) Taquicardia Supraventricular com aberrância
E) Fibrilação Ventricular
RESPOSTA:
Estamos diante de um doente cardiopata de etiologia isquêmica que apresentou episódio súbito de taquicardia de QRS largo. Sem olhar o eletrocardiograma, sabemos que a cicatriz do infarto prévio pode ser um foco de arritmias ventriculares organizadas (taquicardia ventricular monomórfica).
Observando o ECG, temos uma taquicardia de QRS largo, regular, com o mesmo padrão de QRS em todo o traçado. Com essa informação, já excluímos a fibrilação ventricular e atrial além da taquicardia ventricular polimórfica. Nos resta diferenciar a taquicardia ventricular (TV) da taquicardia supraventricular com aberrância. E, para isso, utilizamos os critérios de Brugada:
Primeiro critério: Ausência de RS nas derivações precordiais: No primeiro critério, observamos que não há RS nas precordiais, confirmando o diagnóstico de TV.
Os demais critérios estão na figura.
A resposta é o item B.

Comentário por:

BRUNO FERRAZ DE OLIVEIRA GOMES
Médico rotina do Unidade Cardiointensiva do Hospital Barra D'Or
Ecocardiografista do Hospital Barra D'Or
Diretor Administrativo do Departamento de Doença Coronária da SOCERJ
Intensivista no Hospital Federal Cardoso Fontes
Mestrando em Engenharia Biomédica na COPPE/UFRJ
Título de especialista em cardiologia e terapia intensiva