Pacientes portadores de cardiomiopatia hipertrófica tem um risco aumentado de morte súbita. Os pacientes sobreviventes de morte súbita ou com 2 ou mais marcadores de alto risco devem ser encaminhados para implante de cardioversor-desfibrilador implantável (CDI). Qual dos itens abaixo não é um marcador de alto risco?
A) Presença de taquicardia ventricular não sustentada ao Holter
B) Idade maior que 60 anos
C) História familiar de morte súbita
D) Síncope inexplicada
E) Espessura miocárdica superior a 30mm
RESPOSTA:
A cardiomiopatia hipertrófica (CMPH) é uma cardiopatia com maior susceptibilidade à arritmias ventriculares, podendo evoluir para arritmia fatal. Conhecer os fatores de risco para o desenvolvimento dessas arritmias ajuda a selecionar os doentes com maior benefício para prevenção primária, assim como reconhecer situações que necessitem de prevenção secundária.
O cardioversor-desfibrilador implantável (CDI) é a melhor terapia disponível para pacientes com CMPH que sobreviveram a morte súbita ou com alto risco para arritmias ventriculares e morte súbita. A principal recomendação ao implante de CDI é a prevenção secundária pós morte súbita abortada e pacientes com mais de 2 marcadores de alto risco. São esses marcadores de alto risco:
(1) Taquicardia ventricular não sustentada (TVNS): Definida por pelo menos 3 batimentos ventriculares consecutivos com FC superior a 120bpm, que dura menos de 30 segundos. O risco é maior em pacientes mais jovens.
(2) Espessura da parede miocárdica: Espessura superior a 30mm confere maior risco. Se houver dificuldade da aferição da espessura ao ECO, ela pode ser definida por ressonância cardíaca
(3) História familiar de morte súbita: Morte súbita em parentes com menos de 40 anos e parentesco próximo
(4) Síncope inexplicada: síncope que, baseada na história clínica, parece ser secundária a arritmia, especialmente em mais jovens
(5) Resposta anormal da pressão arterial ao exercício: falência no aumento em mais de 20mmHg do repouso para o esforço ou até mesmo queda superior a 20mmHg no pico do esforço em pacientes com menos de 40 anos.
Portanto, a resposta incorreta é o item B: Idade maior que 60 anos
Comentário por:
BRUNO FERRAZ DE OLIVEIRA GOMES
Médico rotina do Unidade Cardiointensiva do Hospital Barra D'Or
Ecocardiografista do Hospital Barra D'Or
Diretor Administrativo do Departamento de Doença Coronária da SOCERJ
Intensivista no Hospital Federal Cardoso Fontes
Mestrando em Engenharia Biomédica na COPPE/UFRJ
Título de especialista em cardiologia e terapia intensiva