O teste de esforço cardiopulmonar (TECP) vem ganhando importância crescente na avaliação funcional de um indivíduo. Nele podemos mensurar a ventilação, o consumo de oxigênio (VO2), a produção de gás carbônico (VCO2) e correlacionar com as mais diversas variáveis do exame. O pulso de oxigênio é uma importante variável de avaliação, e sobre este podemos afirmar que:
A) Trata-se de uma variável do TECP que não sofre influência de arritmias cardíacas
B) O pulso de oxigênio dependente de uma boa aferição da pressão arterial sistêmica por parte do examinador
C) É uma variável capaz de inferir indiretamente o débito sistólico
D) Na miocardiopatia isquêmica é capaz de determinar a parede ventricular acometida
E) A curva em platô do pulso de O2 está relacionada a um bom prognóstico na insuficiência cardíaca.
COMENTÁRIO:
O pulso de oxigênio (PuO2) é a relação entre o VO2 (mL/min) e a frequência cardíaca (FC). A sua importância é melhor compreendida quando se observa a equação de Fick: VO2= FC X volume sistólico X diferença arteriovenosa de O2. Como o indivíduo realiza um esforço incremental ao longo do exame, essa diferença arteriovenosa não se modifica expressivamente. Logo, VO2= FC X volume sistólico (VS), VS= VO2/ FC => VS= PuO2. O comportamento da curva do PuO2 ao longo do exercício deverá ser ascendente. Platô ou queda traduzem disfunção ventricular ou isquemia miocárdica esforço-induzida. Arritmias cardíacas, como a fibrilação ventricular, influenciam no comportamento da curva e prejudicam a sua interpretação.
Portanto, a resposta correta é C: É uma variável capaz de inferir indiretamente o débito sistólico

Comentário por:

RAFAEL CHÁCAR LIMA
Título de especialista em Cardiologia - SBC
Residência em Cardiologia e Clínica Médica
Residente de Ergometria e Reabilitação Cardíaca - INC