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Indicações de terapia de ressincronização cardíaca


Paciente de 68 anos, portador de miocardiopatia hipertensiva em fase dilatada, vai ao seu consultório com queixas de falta de ar aos pequenos esforços. Ecocardiograma revela disfunção grave de VE com FE (Simpson) de 28%. Apresentava movimento paradoxal do septo interventricular. Vinha em uso de betabloqueador, AAS, espinonolactona, captopril, furosemida, estatina e digoxina, todos em doses otimizadas. Foi levantada a possibilidade de ressincronização cardíaca. Quais condições devem estar presentes para que a terapia proposta seja indicada e tenha maior chance de ser benéfica?

A) Hipertrofia ventricular e bloqueio de ramo direito

B) QRS com duração superior > 150ms e ritmo sinusal

C) Presença de dissincronismo ao ECO e fibrilação atrial associada

D) Pressão sistólica de artéria pulmonar normal e função renal normal

E) aumento biatrial e bloqueio atrioventricular de qualquer grau

 

RESPOSTA:

Paciente com insuficiência cardíaca com tratamento otimizado mas mantendo-se em classe funcional III-IV deve ser avaliado quanto à possibilidade de implante de ressincronizador. O estudo MIRACLE, publicado em 2002, foi o primeiro estudo que randomizou pacientes com IC para terapia de ressincronização e revelou melhora da classe funcional e da função cardíaca. Estudos subsequentes avaliaram os melhores candidatos à esta terapia. Os doentes com maior benefício foram os doentes com QRS largo (>150ms), com bloqueio de ramo esquerdo e em ritmo sinusal.

As diretrizes atuais indicam o implante do ressincronizador em 3 situações:

(1) IC sintomática e FEVE ≤ 35% com tratamento otimizado, em ritmo sinusal e QRS ≥ 150ms e morfologia de BRE (classe IA) ou sem BRE (Classe IIaB)

(2) IC sintomática e FEVE ≤ 35% com tratamento otimizado, em ritmo sinusal e QRS entre 130ms e 149ms e morfologia de BRE (classe IB) ou sem BRE (Classe IIbB)

(3) Pacientes com IC e indicação de marcapasso por outro motivo (classe IA)

Portanto, a resposta correta é o item B:

QRS com duração superior > 150ms e ritmo sinusal


Comentário por:


BRUNO FERRAZ DE OLIVEIRA GOMES

Médico rotina do Unidade Cardiointensiva do Hospital Barra D'Or

Ecocardiografista do Hospital Barra D'Or

Diretor Administrativo do Departamento de Doença Coronária da SOCERJ

Intensivista no Hospital Federal Cardoso Fontes

Mestrando em Engenharia Biomédica na COPPE/UFRJ

Título de especialista em cardiologia e terapia intensiva

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