Filtro de veia cava inferior: quando indicar?
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Filtro de veia cava inferior: quando indicar?


A respeito do uso do filtro de veia cava no tromboembolismo pulmonar, as afirmativas abaixo estão corretas, EXCETO:

A) O uso do filtro de veia cava está indicado em pacientes com contraindicação absoluta ao uso de anticoagulantes, assim como nos doentes com embolia pulmonar recorrente apesar do tratamento anticoagulante adequado.

B) Dentre as complicações do filtro, podemos citar trombose de filtro, tamponamento cardíaco e trombose venosa profunda.

C) Mesmo com uso de anticoagulantes, a trombose do filtro ocorre em mais de 20% dos casos em 5 anos.

D) O filtro de veia cava reduz o risco de embolia pulmonar na fase aguda, mas não aumenta a sobrevida.

E) Em caso de trombos flutuantes em veias proximais, está indicado o uso do filtro de veia cava associada à anticoagulação pelo maior risco de embolização

 

RESPOSTA:

Alguns pacientes com diagnóstico de TEP apresentarão contraindicações absolutas ao uso de anticoagulantes. Nesses doentes, a opção terapêutica é o implante de filtro de veia cava. Geralmente, são posicionados na porção infrarrenal mas podem ser posicionados acima das veias renais em caso de trombose de veias renais. Outra indicação ao implante de filtro de veia cava (FVC) é a embolia pulmonar recorrente apesar do tratamento anticoagulante adequado.

Geralmente, o FVC reduz o risco de embolia pulmonar (principalmente na fase aguda) mas aumenta o risco de tromboembolismo venoso, sem benefícios em sobrevida. Existem filtros permanentes e não-permanentes (temporários ou recuperáveis). Normalmente, geram complicações que raramente é fatal. Dentre as complicações, podemos citar a trombose de filtro (10% dos doentes), tamponamento cardíaco (filtro em veia cava superior), síndrome pós-trombótica e recorrência da trombose venosa. A oclusão do filtro ocorre em 22% dos pacientes em 5 anos e 33% em 9 anos, independente do uso de anticoagulantes.

Não há informações na literatura que autorizem o uso do FVC em pacientes com trombos flutuantes em veias proximais, situação que sempre preocupa bastante a equipe. Em uma série de doentes, a taxa de recorrência de embolia pulmonar em pacientes adequadamente anticoagulados foi baixa (3,2%).

Portanto, a resposta incorreta é o item E: Em caso de trombos flutuantes em veias proximais, está indicado o uso do filtro de veia cava associada à anticoagulação pelo maior risco de embolização


Comentário por:


BRUNO FERRAZ DE OLIVEIRA GOMES

Médico rotina do Unidade Cardiointensiva do Hospital Barra D'Or

Ecocardiografista do Hospital Barra q

Diretor Administrativo do Departamento de Doença Coronária da SOCERJ

Intensivista no Hospital Federal Cardoso Fontes

Mestrando em Engenharia Biomédica na COPPE/UFRJ

Título de especialista em cardiologia e terapia intensiva

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