Homem de 38 anos, sem relato de comorbidades, iniciou quadro súbido de palpitações e sensação de pulsação forte na garganta. Não apresentava dor, dispnéia ou perda de consciência. Exame físico: acordado, alerta, PA 120x80mmHg FC 160bpm, pulmões limpos. ECG realizado (figura abaixo). Qual a próxima conduta?
A) Adenosina 6mg em bolus B) Cardioversão elétrica com 100J C) Iniciar anticoagulação plena e controle de frequência cardíaca D) Manobra vagal E) Amiodarona 150mg em 10 minutos
RESPOSTA:
As taquiarritmias supraventriculares são condições de início e término súbitos, geralmente. A origem normalmente se dá no nodo atrioventricular ou no tecido atrial. Na grande maioria dos casos é uma taquicardia de QRS estreito (90%), com ritmo regular, e frequência cardíaca bem elevada. As exceções são a fibrilação atrial e a taquicardia atrial multifocal. 10% dos casos se apresentarão com condução aberrante, exibindo QRS largo.
A apresentação clínica é variável, pode ocorrer em qualquer idade e o prognóstico normalmente é bom. Em pacientes hipotensos ou em choque, o tratamento deve ser feito com cardioversão elétrica. Nos casos hemodinamicamente estáveis, a manobra vagal deve ser realizada primeiramente pois possui uma taxa de sucesso em torno de 30%. Caso não haja reversão, utilizaremos adenosina 6mg que pode ser aumentada até 12mg caso haja insucesso. A dose máxima de adenosina é 30mg. Suspeitar de outro diagnóstico caso não haja reversão nesta fase. Em casos refratários, podemos lançar mão de bloqueadores de canal de cálcio, betabloqueadores e a boa e velha amiodarona. Portanto, a resposta correta é o item D: Manobra vagal
Comentário por:
BRUNO FERRAZ DE OLIVEIRA GOMES
Médico rotina do Unidade Cardiointensiva do Hospital Barra D'Or
Ecocardiografista do Hospital Barra q
Diretor Administrativo do Departamento de Doença Coronária da SOCERJ
Intensivista no Hospital Federal Cardoso Fontes
Mestrando em Engenharia Biomédica na COPPE/UFRJ
Título de especialista em cardiologia e terapia intensiva